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dc.creatorHenrique, Ana Lúcia Sarmento
dc.creatorPereira, Francisca Elisa de Lima
dc.creatorCavalcante, Ilane Ferreira
dc.creatorSilveira, Marília Gonçalves Borges
dc.date.accessioned2016-10-26T17:26:09Z
dc.date.available2016-10-26T17:26:09Z
dc.date.issued2014
dc.identifier.urihttp://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/899
dc.languageporpt_BR
dc.publisherInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Nortept_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectLinguística. Competências Textuais. Tipos Textuais. Gêneros Literários. Língua Portuguesa.pt_BR
dc.titleO que quer, o que pode esta língua: perspectivas para o ensino de língua portuguesapt_BR
dc.typeLivropt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.departmentNatal - Centralpt_BR
dc.publisher.initialsIFRNpt_BR
dc.description.resumoA língua é um instrumento de prazer. Por vezes doce, por vezes amarga. Para usar e abusar. Para aceitar e para recusar. Para dizer. Para amar. Para mentir. Para lutar. Para viver. A língua pode ser meiga, suave, quente, quando transformada em verso pelos amantes, e fria, quando feita expressão burocrática da lei. O bem e o mal. O branco e o preto e o mulato, a gente de todos os lugares onde quem fala se entende na voz dos avós. A língua é a pátria, a única pátria possível da gente de parte incerta. Aldeia e bairro e pátria de emoções, de sentidos, das palavras que fazem a fala que dá cor à língua. Pátria nossa, de Drummond e Rosalía, de Ruy Belo e Lara Filho, de Cabral e de Mondlane. Língua pátria, língua prática. É a língua que nos une, mas é a palavra que nos ata. Em Lisboa e em Luanda. Em Dilí e em Maputo. Em Finisterra e nas ilhas de São Tomé. A nossa língua é sempre a mesma, sendo sempre outra. Língua, lugar, sabor, saber. Língua com cheiro a rosmaninho. Língua que sabe a tamarindo. Língua molhada da chuva e do mar.A língua tem dentro a música que lhe pertence. Gaitas do Ferrol e bombos de Lavacolhos. Tambores tribais e cuícas solitárias. Danças de roda e mornas dolentes. Chulas e viras, sambas e forrós. E vozes. E outra vez palavras. De Zeca e de Cesária, de Fausto e de Chico, de Uxía e de Bethânia. Palavras bem ditas, palavras benditas, palavras malditas. Palavras simples, como pão, enxada, labor, falar. Palavras proibidas, como o medo. Palavras imaginadas, como a liberdade. Palavras inventadas, como nos sonhos. Palavras duras, como mágoa, exílio, morte, adeus. Outras palavras. Palavras que ficam por dizer. Palavras como lágrimas, palavras loucas. Orelhas moucas, palavras ocas. Bocas. Segredos sussurrados, desejos confessados. Degredos e paixões. Cartas de amor ridículas, como manda o poeta. Boca a boca. E a língua, lá dentro, a querer dizer mais, a querer dizer tudo. Palavra puxa palavra. Palavrório. Palavrada. Palavrão. Chiça, porra, barda, merda, gaita. Em poucas palavras. Palavra de honra. Palavra mágica. Abracadabra. E a voz, cheia de palavras, porque as palavras são a parte interior da voz que as formata. A língua é a alma das palavras que a voz revela. Palavras avarentas, línguas sedentas, vozes atentas. Tenho a palavra, mas não tenho palavras. A língua é a palavra-chave. Língua materna. Língua de fogo, língua de areia. Língua de trapos, linguado, lingueirão, linguiça. Lingueta, linguarudo, língua de palmo. A linguagem linguopalatal do linguista será verdadeiro linguajar? Não me puxem pela língua.pt_BR


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